"Louna habituara-se a fazer o contrário da nossa mãe. Era abandonada com a mesma frequência com que a nossa mãe abandonava os homens dela. Como se procurasse estabelecer uma espécie de equilíbrio na república do amor. Mas, de cada vez, dava cada trambolhão e sofria tanto que eu e o Hadouch ficávamos com instintos assassinos. Só que vingar Louna era o mesmo que despovoar a Faculdade. Nem Hadouch e os seus acólitos bastariam. Louna era enfermeira. O corpo médico apreciava altamente o corpo dela. Ela entregava-se sem nada pedir, mas esperando muito. Pressupunha a existência de alma nos homens."
in Cristãos e Mouros de Daniel Pennac.
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