"A nossa necessidade de distracções vai diminuindo à medida que envelhecemos. Quanto a mim, sinto-me satisfeito com os dias em que não acontece nada de especial, dias correntes, e com as noites não inteiramente de insónias. O meu cinema de Farö proporciona-me um prazer que nunca deixarei de sentir. Graças à amabilidade da Cinemateca do Instituto de Cinema de Estocolmo, posso pedir emprestado um grande número de filmes antigos. A cadeira em que me sento é cómoda, o ambiente confortável, e quando a luz se apaga e as primeiras imagens aparecem na pantalha, não ouço outro barulho a não ser o que me chega, muito suavemente, do cacifo bem isolado onde está colocada a máquina de projecção. Depois essas imagens voltam os rostos para mim pedindo-me que lhes siga os destinos.
E a emoção que sinto continua a ser a mesma, embora veja cinema há sessenta anos."
in Lanterna Mágica de Ingmar Bergman.
E a emoção que sinto continua a ser a mesma, embora veja cinema há sessenta anos."
in Lanterna Mágica de Ingmar Bergman.
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